sábado, 12 de janeiro de 2013

O único interesse dos EUA na Venezuela é o petróleo!



O petróleo Venezuelano foi o quintal dos EUA durante praticamente todo o século XX, até que, em 1999, Hugo Chávez decide fechar as torneiras, não do petróleo, mas dos lucros e dividendos que este produto trazia e passa a investir na melhoria do seu país. A Venezuela sempre ficou entre os primeiros lugares na produção de petróleo, até que recentemente foi divulgado que ela é a maior produtora mundial de petróleo cru, superando a Arábia Saudita.

Acredito que todos já estão sabendo que o Presidente Chávez, da Venezuela, está agonizando e sua morte é dada como certa pelos meios de comunicação. A morte de Chávez não é só a morte de um presidente que é anti-imperialista, ou que defende a União dos Estados Latino Americanos na busca de sua identidade, se Chávez morrer, esta será a morte de um presidente que controla a maior jazida de petróleo do mundo. O presidente que liderou a OPEP no início do século XXI, para que esta tivesse uma produção petrolífera estável a fim de não trazer instabilidade aos países produtores e conseguir um relativo lucro para ser investido. Além de ser totalmente contra a inferência dos EUA nos países produtores.

O petróleo é uma maldição! É assim como é conhecido o ouro negro. Maldição para os países pobres, pois a descoberta do mesmo nestes países só trouxe guerras, fome, desindustrialização e corrupção. Não há desenvolvimento, diminuição da desigualdade social ou progresso, tudo porque “ A maldição do petróleo” sempre operava em sentido contrário às promessas de melhoria. Ao longo da história mundial, a partir do momento que o petróleo começou a ser comercializado em escala global, a procura alucinante pelos países da Europa (Inglaterra e Holanda) e os EUA, relembrava a procura por terras que Portugal e Espanha tinham feito tempos atrás nas grandes navegações: dividiram o mundo entre os dois. Com o petróleo, as empresas petrolíferas, sempre a procura de baratear a produção e encontrar outras fontes de produção fora dos países de origem, para não esgotar suas jazidas, dividiram o mundo entre si, tanto na descoberta das jazidas, quanto na venda do petróleo, de forma que elas e somente elas pudessem produzir e lucrar com o petróleo.

Iraque, Irã, Cazaquistão, Kuwait,Venezuela, Nigéria, Argélia e Líbia estão entre os maiores produtores de petróleo do mundo. A semelhança entre eles? Nenhum deles possui um desenvolvimento de sua sociedade digno de nota. Antes da descoberta do petróleo tais países eram pobres, após a descoberta continuaram (me refiro ao povo, já que os governantes, durante o século XX eram corruptos e capachos dos EUA e criaram uma elite que tomava banho em banheira de ouro, enquanto o povo agonizava de fome), e então você pode perguntar, mas como pode acontecer isso, o petróleo vale muito dinheiro, países que produzem petróleo deveriam ter uma infra-estrutura melhor que qualquer outro país, desenvolvimento educacional e social diferenciado. Mas não é assim.

As grandes empresas que exploram o petróleo de tais países (excetuando a Venezuela que possui petróleo estatal) no momento da descoberta das jazidas prometeram levar investimentos, empregos, lucros e uma mudança social, mas isso tudo não foi verdade. Elas exploravam o petróleo ficavam com a maior parte do lucro e deixavam para o presidente (um capacho das empresas, uma fatia muito pequena dos lucros, que não dava para ser investido em muita coisa, era um roubo, assim como nas grandes navegações roubaram ouro e prata do novo mundo).

Todos esses países passaram por guerra civil, onde o interesse no petróleo era o pano de fundo para aquela população que se matava; o interesse dos EUA era manter as coisas como estavam. A dependência no petróleo como forma única de produção nesses países traz um enfraquecimento de seu parque industrial, suas moedas são desvalorizadas, seus governos se tornam corruptos e os governantes tentam ficar no poder eternamente, tudo com o Aval dos EUA. E quando o governo queria se tornar rebelde e não respeitar mais, eles alimentavam uma guerra civil ou invadiam simplesmente (Irã, Iraque, Kuwait) e depunham os ditadores colocados por eles mesmos e, se passando por paladinos da democracia colocavam outros ditadores que prometiam fidelidade eterna em troca de lucros eternos. E o povo continuava na miséria.

Na Venezuela o cenário era uma pequena elite muito rica e uma grande parte da população muito pobre, com alta taxa de analfabetismo e também, com alta taxa de mortalidade infantil. Tudo isso poderia ser ilógico se você levar em conta que a Venezuela durante todo o século XX era entre as três maiores produtoras de petróleo no mundo. O governo “democrático” não usava o dinheiro do petróleo para investir no país, a corrupção e os contratos que priorizavam as empresas Americanas deixavam o país na miséria, contrastando com os recordes de produção e venda do ouro negro.

Hugo Chávez, quando chegou ao poder mudou todo o cenário, acelerou a estatização das empresas petrolíferas, investiu os dividendos do petróleo em educação, saúde e infra-estrutura para a população, e desde sua posse, a desigualdade social tem diminuído vertiginosamente no país. Na Venezuela o analfabetismo é quase zero, e a mortalidade infantil também. Isso a imprensa imperialista não mostra. Durante todos os anos do governo tentaram derrubar Chávez chamando-o de ditador, que estava devastando a Venezuela, quando na verdade o governo dele trouxe a mudança social que o país precisava e o governo que a imprensa defende devastou e deixou a Venezuela na miséria.

Deram um golpe de estado no ano de 2002, prenderam Chávez, mas a população foi contra e no quarto dia da tentativa de golpe militar, que seria uma ditadura das elites, Chávez foi solto da prisão e reconduzido a governar o país de forma democrática. Tal tentativa de golpe é conhecida como “Puente Llaguno”; é  chocante ver a forma como as pessoas foram mortas pelos militares e como os meios de comunicação da Venezuela tentaram colocar a culpa em Chávez.

O governo de Chávez incomoda, primeiro porque ele controla a maior reserva de petróleo do mundo, e manda seus lucros para o desenvolvimento do país. A Venezuela não é uma ameaça militar a nenhum país, muito menos aos EUA.  Embora este país tenha passado por um desenvolvimento vertiginoso na última década, não se pode mudar em dez anos os cem anos de exploração e roubo que o país sofreu. Então fica difícil entender porque a Venezuela preocupa tanto os meios de comunicação e sua morte seria aplaudida de pé e a resposta fica clara quando você conhece a história do país: petróleo. Com a morte de Chávez ficará mais fácil para os EUA controlar o país, retomar a privatização da empresas e lucrar mais. Enquanto isso a elite sonha em voltar a nadar em dinheiro sem promover o desenvolvimento social necessário

A globo vibra a cada boletim que fala da saúde de Chávez, e o povo brasileiro sem entender também. Os jornais não se preocupam em informar, mas em desinformar e repassar noticias parciais da realidade do país e das mudanças que ocorreram. Uma pena, quem perde somos nós, vibrando para que Hugo Chávez morra sem saber quem de fato foi Chávez e torcendo para a devastação de um país.

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